"Os recentes escândalos, sem identificação dos culpados, a
incorporação de empresas sediadas no Exterior como a PFICO e da RNEST
são latentes"
A Petrobrás - Petróleo Brasileiro S.A. - uma das maiores e mais
respeitadas, internacionalmente, empresas brasileiras vem apresentando
dificuldades na geração de caixa. Motivo: necessita honrar compromissos
relativos a investimentos no pré-sal, cujo retorno, sabidamente, poderá
demorar entre 5 a 10 anos. Devido a uma política nacional fragilizada, a
Petrobrás engessa parte do seu capital de giro, enfrentando, também,
dificuldades com o auto-financiamento das importações de petróleo dos
países parceiros, tendo que alinhar, ainda dentro desse panorama, o
cumprimento das metas fixadas no mercado internacional.
Por conta de uma política populista, a Petrobrás repassa combustíveis
às distribuidoras por um preço menor do que importa, gerando prejuízos
em suas operações internas. Isso, certamente, trará problemas futuros
para a organização e para o país.
A posição da Petrobrás vem atrelada a uma avalanche de situações
complexas e de desimobilização, principalmente, com subsidiárias no
Exterior, algumas sendo encerradas e outras incorporadas sem
transparência. O resultado é claro, muitas empresas que estão sendo
incorporadas estão sofrendo denúncias de prováveis desvios de
finalidade, inclusive, a inexistência de uma auditoria externa para
analisar os valores efetivos. Vale lembrar que algumas delas estão
localizadas em paraísos fiscais, o que, indiscutivelmente, facilita
fraudes e má gestão de recursos da própria empresa.
E agora, eis que surge, um acionista minoritário a desempenhar o
papel de pedra no sapato dos presentes às assembleias de acionistas da
Petrobrás. O senhor Romano Allegro acusa - e torna pública - a
possibilidade de má gestão do recurso da empresa aliada à participação
de membros do governo federal nas aprovações de manutenção do preço do
petróleo a ser aplicado aos preços da distribuidoras. Situação incômoda
para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, um dos participantes do
Conselho de Administração da Petrobrás e que acaba, naturalmente,
desempenhando o papel de ministro da Economia defendendo interesses
particulares do governo e prejudicando, assim, os pequenos acionistas
que deveriam ser defendidos pela CVM - Comissão de Valores Mobiliários.