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27 de abril de 2012

O que leva Dilma Rousseff à pequena São João da Barra

        A pequena São João da Barra continua pequena. Tem apenas 33 mil habitantes. Mas tem todas as chances de se tornar uma cidade de médio porte até 2020. A guinada é radical. Em 1997, São João encolheu, com a emancipação de uma porção que, hoje, é a cidade de São Francisco de Itabapoana. A previsão é de que, na próxima década, a população seja sextuplicada. Essa mudança começou em 2007, quando o empresário Eike Batista deu início às obras do Porto de Açu. É o complexo criado por Batista que leva a presidente Dilma Rousseff à cidade na tarde desta quinta-feira. Até então, a presença de políticos de peso fora do período eleitoral era nula. O último chefe de estado a pisar no município foi Dom Pedro II, para visitar as obras da Usina Barcelos, já desativada.

         Assim como muitos municípios do Norte fluminense, São João passou a existir no mapa econômico do Brasil em meados dos anos 2000, com a poderosa injeção de recursos dos royalties do petróleo. Mas até a chegada do megaempreendimento de Eike Batista, pouco mudou na rotina dos moradores, que em sua maioria vivem da agricultura, da pesca e do turismo. Seu produto mais conhecido era o Conhaque de Alcatrão de São João da Barra, e a cidade ostentava indicadores pífios de infraestrutura. Até meados de 2005, não havia sequer cinco quilômetros de rede de esgoto na cidade. Navegar pela internet era missão impossível. E conseguir uma linha telefônica demorava, pelo menos, três meses. O celular praticamente não pegava no município- tarefa ainda complicada em algumas localidades.

       O Porto do Açu, maior obra de infraestrutura portuária da América Latina, receberá investimento de 3,8 bilhões de reais, sendo 1 bilhão pela LLX, a empresa de logística do Grupo EBX, e 2,8 bilhões pela LLX Açu, que é a responsável pela operação de cargas em geral. A expectativa é de que o porto movimente, anualmente, 350 milhões de toneladas de exportações e importações. Se a previsão vingar, o Porto do Açu estará entre os três maiores complexos portuários do mundo. E São João da Barra terá sido a primeira cidade daquela região a funcionar sem a dependência extrema dos royalties do petróleo.